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A visão do futuro Ministro da Agricultura em relação à EMBRAPA

Blairo Maggi: “A Embrapa foi a empresa mais importante para a agricultura brasileira, mas ficou no passado”

Quinta-feira, 27/11/2014 às 00:00, Imprensa Blairo Maggi

O papel da Embrapa foi questionado, nesta quinta-feira (27.11), pelo senador Blairo Maggi, durante reunião da Comissão de Agricultura (CRA). Para o parlamentar, a empresa necessita, com urgência, de investimentos do Governo a fim de conseguir realizar pesquisas de ponta novamente.

“A Embrapa foi a empresa mais importante de todos os tempos na agricultura brasileira. Foi ela que deu o ponta pé inicial e fez as primeiras pesquisas, encaminhou técnicos para o Exterior, e depois que eles voltaram, fizeram uma revolução no Centro-Oeste brasileiro. Mas, isso ficou no passado. A tecnologia utilizada hoje no Brasil é toda vinda de fora”, advertiu.

O alerta foi feito durante discussão do Projeto de Lei nº 201/2014, de autoria do senador Ruben Figueiró, determinando que recursos oriundos do trabalho de pesquisas, venda de produtos, matrizes e animais sejam utilizados diretamente nas unidades de origem da Embrapa.

O senador alerta para o fato de que o Governo, além de levar esses recursos para o seu conjunto de contas, utiliza-os para pagamentos de salários.

“A Embrapa, hoje, não se sustenta. Ela não consegue sobreviver com os recursos que consegue no mercado. Se o Governo, a sociedade, não entenderem o papel que a Embrapa tem no desenvolvimento da agricultura brasileira, não conseguiremos avançar”, alertou Maggi.  

VANGUARDA

Blairo participou recentemente, da Convenção do Agronegócio 2014, organizada pela Bayer, na Alemanha. E disse ter ficado ‘impressionado’ com os campos de pesquisa.

“Pude ver a quantidade de gente, recurso, infraestrutura envolvida simplesmente para se trabalhar no controle de plantas daninhas e de pragas. Estamos muito atrasados aqui no Brasil. Temos um caminho enorme e a sociedade brasileira precisa entender o que temos que fazer”.

Maggi cita ainda o fato de o País, ao utilizar tecnologia de fora, além de pagar royalties, correr o risco de, por algum motivo futuro, deixar de ser suprido com a transferência tecnológica.

“Sempre há o risco de que uma empresa dessas, quem sabe daqui a 50 anos, decida que o Brasil virou um risco, por exemplo, a cultura norte-americana, ou qualquer outra nação, e não queira mais transferir tecnologia para nós. Já vivemos isso no passado, com máquinas agrícolas. E no momento em que conseguimos abrir o mercado, passamos a ter tratores de tecnologia de ponta. Tratores que praticamente andam sozinhos. O que demorávamos dois meses para plantar em Mato Grosso, hoje fazemos em uma semana. Se conseguimos alcançar duas safras por ano, tudo isso é fruto da tecnologia que, infelizmente, não é nossa”, comparou.
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Blairo cobra produtividade da Embrapa e sugere cobrança de royalties por tecnologia desenvolvida pela empresa brasileira

Quinta-feira, 21/05/2015 às 00:00, Imprensa Blairo Maggi

A capacidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de sustentar o protagonismo na geração de inovações, que nas últimas décadas orientou a modernização e o crescimento da agropecuária brasileira, foi analisada em audiência pública nesta quinta-feira (21.05), na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA). O senador Blairo Maggi cobrou produtividade da empresa e estratégias de mercado para evitar a dependência tecnológica que o Brasil tem de outros países.

“Reconhecemos a contribuição da Embrapa, principalmente na ocupação do Centro-Oeste, no desenvolvimento de novas variedades e tecnologias. Mas, em áreas como transgenia e biotecnologia, estamos a reboque de outros países”, destacou Maggi.

O senador apontou que a empresa precisa pensar em estratégias que acompanhem as mudanças mundiais. “As transformações no mundo ocorrem com muita rapidez, minha preocupação é que ela não viva dos louros do passado, mas, foque no futuro. Me refiro à questão da biotecnologia e a liderança mundial que não serão possíveis com esses recursos que temos aí. Esses R$ 2,7 bi de custo da empresa à União teriam que passar para cinco ou seis, porque são investigações de longo prazo e que tem elevado custo”, disse.

Nesse sentido, o presidente da Embrapa, Maurício Lopes, lembrou que além de mercados cada vez mais dinâmicos e competitivos, a agropecuária enfrenta mudanças no clima, restrições no uso da água, permanentes ameaças à sanidade animal e vegetal, decorrentes das extensas fronteiras do País, entre outros desafios.

“Significa que vamos ter que investir cada vez mais em ciência, isso é inexorável. Precisamos dar cada vez mais atenção ao sistema de pesquisa e inovação – disse ao informar que os países competidores no agronegócio aplicam cerca de 3,5% do seu do seu produto interno bruto (PIB) agrícola em ciência e tecnologia, enquanto o Brasil investe em torno de 1,5% “, defendeu.

RECURSOS PRÓPRIOS

De forma mais incisiva, Blairo sugeriu que a Embrapa gere recursos próprios através das tecnologias desenvolvidas para serem reinvestidos na própria empresa. “A Embrapa precisa ajudar a si própria. Têm coisas que estão na prateleira e que a Embrapa não consegue arrecadar royalties e não consegue vender, e tem outras coisas que estão vindo aqui que não sei como serão adaptadas. O Brasil financia pesquisa e precisamos recuperar os recursos dessas através dos royalties, que são utilizados por todos nós produtores ou ainda mandados para fora do país”, disse.

Para Maggi, o Brasil, por meio da Embrapa, deve se preocupar com o fornecimento gratuito de tecnologia e conhecimento a continentes como a África. “Estamos, na verdade, criando e fortalecendo nossos futuros concorrentes que ficarão entre nós (Brasil) e a Ásia. Vi que os chineses querem vir para cá e construir uma ferrovia ligando Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Acre, saindo no Peru, seguindo para a Ásia. O que eles querem é exatamente ficar independentes, se livrar do canal do Panamá, dos 30 dias a menos de navegação. Então, quando me refiro à Embrapa, o faço sob o ponto de vista de estratégia do nosso País. Como será agora e como será daqui a 50 anos”, ponderou.

ESTRUTURA

Na audiência, conduzida pela presidente da CRA, senadora Ana Amélia (PP-RS), Maurício Lopes informou que a Embrapa tem 9,8 mil empregados, dos quais 2,4 mil são pesquisadores, espalhados por uma rede de 46 unidades de pesquisa em todo o País. No último ano, com orçamento de R$ 2,7 bilhões, a Embrapa atuou no Brasil e em todos os continentes, em cooperação com entidades de pesquisa de diversos países. (Colaborou Agência Senado).