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Embrapa Algodão

22/01/2018 09H01

Reestruturação da Embrapa prevê fechamento de unidade de Campina Grande

Agrônomo, prefeito Romero Rodrigues ressalta trabalho de órgão e mobiliza bancada federal contra fechamento.

JOSUSMAR BARBOSA

Prestes a completar 43 anos em abril deste ano, a Embrapa Algodão, sediada em Campina Grande, pode estar com seus dias de funcionamento contados. No plano de reestruturação completa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), estão previstas algumas medidas como o fim de unidades, redução de centros de pesquisas e um Programa de Desligamento Incentivado (PDI) para reduzir em até 20% gastos com pessoal, que hoje conta com 9.718 empregados da estatal.

Algumas mudanças estruturais já começaram na Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). As 15 unidades centrais foram transformadas em cinco secretarias. Os 46 centros de pesquisas espalhados pelo Brasil foram reduzidos para 42. A unidade de algodão, em Campina Grande, está entre as que devem ser fechadas. Ela conta com uma equipe de 205 empregados.

O presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, defende a reestruturação e revela que a grande maioria dos pesquisadores foi consultada, em comunidades virtuais da companhia e em videoconferências.

Sindicato contesta

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Instituições de Pesquisa Agropecuária e Florestal (Sinpaf) refuta as declarações de Lopes. Edson Somensi, vice-presidente da entidade, diz que não há debate com os servidores da estatal e se posicionou contra as demissões.

Prefeito articula bancada

Engenheiro agrônomo com Mestrado em Irrigação, o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, disse que vai mobilizar os senadores, deputados federais, prefeitos, agricultores e pesquisadores para pressionar o governo federal e a direção nacional da Embrapa, a fim de evitar o fechamento da unidade na cidade.

Romero disse que a unidade atua em todo o país, na geração de tecnologias, produtos e serviços para as culturas do algodão, mamona, amendoim, gergelim e sisal. Conta com uma equipe de especialistas em diversas áreas do conhecimento e atua em cooperação com outras instituições do Brasil e do mundo para oferecer soluções para o produtor brasileiro.

"Em mais de quatro décadas, a Embrapa Algodão desenvolvido um grande trabalho na geração de tecnologia, produtos e serviços. O governo federal não está gastando com a unidade, mas investindo", frisou o prefeito campinense.

Histórico

O então Centro Nacional de Pesquisa de Algodão (CNPA), atual Embrapa Algodão, foi criado em 16 de abril de 1975 por meio da deliberação nº19/75, da Diretoria Executiva da Embrapa, e implantado em 31 de outubro do mesmo ano, nas antigas instalações do Departamento de Produção Mineral, em Campina Grande, na Paraíba, com a missão de coordenar, planejar e executar pesquisas com algodão no Brasil.

Inicialmente, as atividades da Embrapa Algodão contemplavam duas linhas de atuação - a primeira voltada para a cultura do algodoeiro arbóreo de grande expressão socioeconômica na região Nordeste e a segunda focada no algodoeiro herbáceo, com maior ênfase na região Centro-Oeste.

Em 1985, a infestação das lavouras de algodão pelo bicudo levou a Unidade a buscar novas alternativas de pesquisa, lançando cultivares de algodão precoce e integrando ao seu portfólio de pesquisa as culturas do amendoim, mamona, gergelim e sisal.

Na década de 1990, a Embrapa Algodão passou a promover pesquisas para o desenvolvimento de cultivares de algodoeiro adaptadas às condições do Cerrado brasileiro inicialmente no Mato Grosso, depois em Goiás e na Bahia.

O marco da consolidação da cotonicultura no Cerrado foi a obtenção e distribuição da cultivar CNPA ITA 90, a partir de 1992. As variedades de algodão naturalmente colorido começaram a ser lançadas em 2000. A primeira cultivar foi a BRS 200 Marrom, seguida pela BRS Verde, BRS Safira, BRS Rubi, BRS Topázio e BRS Jade.

Hoje, além do melhoramento genético para o lançamento de cultivares e seus sistemas de produção, a Embrapa Algodão desenvolve pesquisas nas áreas de controle biológico, biotecnologia, mecanização agrícola, qualidade de fibras e fios de algodão, tecnologia de alimentos e produção de biodiesel de mamona, prestando serviços de consultoria e capacitações.